sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Ando escrevendo versos gélidos e irritados, expressando a bagunçinha de dentro. Nada mais do que gavetas abertas com meias penduradas, fotografias fora de album, e o urso de pelúcia de ponta cabeça. As cartas que caíram da caixa, que eu não junto mais, ao menos não me deu vontade de arrumá-las, é que se eu for chegar perto vou lê-las... e não quero isso, não mais agora, não mais nesse tempo. Quero dizer um chega pra tanto abre e fecha dessa gaveta, pra tanto abre e desabre dessas mesmas cartas, não tem mais nem cola pra ficarem fechadas. E por esse motivo, por faltar cola, se abriram... e mais gente leu. E acho que é isso que não deixa eu querer ficar neste quarto... é saber que aquilo que era singular hoje é plural, que o que era forte hoje é frágil.     
- Apago a luz, fecho a porta, descanço a respiração, e penso quando vou ter coragem pra arrumar tudo, evito, por que sei que muitas coisas precisam ir fora. Um sentimento de pena invade, atropela tudo e não seguro as palavras: - Não era pra ser assim, e o pior de tudo é que existe um culpado.

Das séries que mofavam nas gavetas, atualizadas para um tempo real,
e oportuno.
Giane Monteiro, a que não gosta daquela gaveta.

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