Heléne não queria sair de lá, mesmo que com dificuldade para enfrentar era ali que toda sua atmosfera de sonhos e vontades se encontravam, era uma zona de conhecimento e trazia conforto. O desconhecido lhe desconcertava, era quase como dizer que seus pés não alcançariam. Era necessário voltar, não pra resolver alguma coisa, não pra fechar alguma porta, mas para lembrar. Das ruas, das flores, dos ventos que só aquele lugar tinha, da terra, das brotações nas calçadas e das casas sem muros onde os jardins da vizinhança se completavam, seria bom rever. Mas decidir isso, requeria muito de Heléne, principalmente seu entusiasmo, que deveria ter ficado em alguma gavetinha. Entre tantos pensamentos disfóricos a realidade aparecia dizendo em altas notas, que alguma hora isso aconteceria... ela precisava de uma nova inspiração. Mas se questionava relutante, pois uma nova inspiração deveria vir de algo novo, então pra quê voltaria, o que lembranças que já foram fariam de diferente na vida, na pequena e simples mas cheia de aventura, de Heléne? A realidade separa um tom suave e libera em parceria com o vento a seguinte palavra: sensação!
É necessário voltar, pra sentir de novo garota....
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